Lançada em 1982 pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela União Internacional Contra Tuberculose e Doenças Pulmonares, o Dia Mundial de Combate à Tuberculose é uma homenagem aos 100 anos do anúncio do descobrimento do bacilo causador da doença.
A descoberta pelo pesquisador alemão Robert Koch foi fundamental para o controle da tuberculose (TB) que, na época, vitimava grande parcela da população mundial. De acordo com a OMS, a TB é a doença curável que mais mata em todo o mundo. A cada dia, mais de 20 mil pessoas adoecem e cinco mil morrem em decorrência do bacilo.
Esta doença é também uma das principais causas de morte entre pessoas que vivem com HIV e aids por causa do enfraquecimento do sistema imunológico, tornando-as muito mais suscetíveis à infecção. Aproximadamente 15% dos soropositivos têm TB.
Recentemente, a OMS lançou uma política atualizada sobre prevenção conjunta, diagnóstico e tratamento de tuberculose e HIV/aids. Estima-se que 910 mil vidas foram salvas em seis anos por causa das orientações específicas contra esta dupla-infecção.
“O novo quadro é o padrão internacional para a prevenção, cuidados e tratamento de pacientes para reduzir mortes pela TB e HIV; temos fortes indícios de que ele funciona”, disse o diretor da Parceria Pare a TB, Mario Raviglione. Alguns exemplos desta nova política são testes de rotina de HIV para os pacientes, incluindo parceiros e membros da família, com tuberculose ou com sintomas da doença; compra de medicamentos específicos e o uso de métodos comprovados de prevenção da TB em pacientes com HIV.
Ações conjuntas
O Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais e o Programa Nacional de Controle da Tuberculose desenvolvem ações conjuntas. Dez estados prioritários, que concentram casos da coinfecção, têm sido os alvos das ações: Rio Grande do Sul, Pará, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Ceará, São Paulo, Pernambuco, Amazonas, Maranhão e Bahia.
Draurio Barreira, coordenador do Programa Nacional de Controle da Tuberculose, cita como obstáculos para a eliminação da TB o abandono do tratamento, que pode ser atribuído a sua longa duração (seis meses) e aos efeitos adversos provocados pelos medicamentos, a dificuldade de acesso ao diagnóstico e ao tratamento das populações mais vulneráveis; e os serviços de saúde pouco comprometidos com os princípios ideológicos do SUS (universalidade, integralidade e equidade).
Segundo ele, o Ministério da Saúde vem estabelecendo diálogo com os segmentos atuantes na luta contra a tuberculose para que a doença tenha cada dia mais visibilidade.
Eventos pelo País
Pelo segundo ano consecutivo, o Centro de Referência Prof. Hélio Fraga, ligado à Fiocruz, está coordenando uma série de atividades dentro da “Mostra ENSP na Semana de Mobilização Nacional de Combate à Tuberculose”. A mostra teve início no dia 21 e segue até o dia 24, no Rio de Janeiro.
Nesta sexta-feira, 23 de março, a Secretaria de Saúde do Estado e Município do Rio de Janeiro, em parceria com o Fórum de ONGs Tuberculose do Estado; a Agência Norte Americana para o Desenvolvimento Internacional (USAIDA), entre outras organizações, realizam um grande evento público, na Cinelândia, das 9h às 17h. O objetivo é mobilizar a sociedade carioca na importância de se intensificar as ações de controle e cura da doença, já que o Estado do Rio de Janeiro lidera a estatística na incidência de casos e mortes ocasionadas por tuberculose no País.
Na terça-feira, 27, a Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados promove, às 14h30, em Brasília, uma audiência pública com o tema: “Dar visibilidade à tuberculose como problema de saúde pública no Brasil”. Carlos Basília, do Fórum de ONGs Tuberculose do Rio de Janeiro, será o palestrante.
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